sexta-feira, 17 de julho de 2009

segredinho.

"Ontem fiquei tão assustado,
gritei como uma criança.
Ontem longe de você,
me congelou profundamente.
"
In-Between Days
The Cure
Não um ser comum, andando por aí. Sem graça. Como eu.
Um fantasma, isso sim. Doce demais, vívido demais.
Demasiadamente real. Mas ainda assim, suave demais.
Um relance. Talvez nem a entidade percebesse que existia.
Só eu o via. Sentia. Gritava para mim mesma. Imóvel e incapaz.
Deve ser o trauma. Deve ser a angústia.
Deve ser a paranóia. Deve ser só o ciúme.
Engoli o choro e quase me afoguei. Criança com medo de sombras.
Patética criatura vendo monstros onde não há nada além.
Sobrevivi com muita luta. Fiz pouco caso. Quis ser forte.
"Estranha, eu? Nãão. Não é nada. Estou com sono."

Ao menos, os mortos estão enterrados.
Rasgados, jogados e abandonados.
Possível que só eu lembre deles.

Que sorte, ateus não acreditam em ressurreição.
Se Deus existir, então, fodeu de vez.

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