segunda-feira, 29 de junho de 2009

pânico.

"[...] Todos ao diabo, antes que eu me esqueça!
Corda no pescoço, preço na cabeça.
E não importa o que aconteça,
eu volto do inferno pra pegar todos vocês!
[...]"
O caminho da escada e da corda
Matanza
Não sei se é hormonal, ou a minha cabeça que parou de funcionar direito mesmo. Importante é a angustia que tenho experimentado, e que não vai embora há dias.
Quando a calmaria (tradução: tormentos menores) parece completa demais, já começo a esperar o próximo golpe. Simplesmente porque algo me diz que, como tudo de bom que eu tive, essas alegrias também dirão bye.
Imagino que um ventriloquo obscuro controla meu futuro, tendo por bonecos as pessoas que mais amo, me enrredando em uma trama, só esperando que eu descanse. Tudo para descontar um erro estúpido que cometi no passado, e que não justifica a punição (sim, a culpada pede piedade!).
Ou, ainda, há a possibilidade de tudo isso ser apenas uma pressão psicológia. Que tal figura estranha, na realidade, não faça nada - apenas ameaçe.
Seu namorado é fiel? Sua amiga é sincera? Haha! Você nunca vai saber! Jamais vai ter certeza! Eu posso tanto estar quanto não estar envolvido. Posso forçar todos eles a te abandonarem quando você mais precisar. Ou deixar você tão insegura que vai afastar, sem que eu precise fazer esforço, todos aqueles que te agradam!
O temor é tanto que me desfaço em lágrimas sempre que me distraio e deixo os pensamentos fluirem. Tentei ler, me distrair, ligar pra alguém. Desabafar. Penso que estou louca. Me pergunto se realmente há uma mente tão perturbada a ponto disso, ou se a perturbada aqui sou eu.
Esse tipo de plano maquiavélico lembra muito o meu tipo de pensamento com relação a tortura. Será que alguém pensaria algo com tantos detalhes só para me magoar? Ou só sou eu, externalizando meus pavores? Será que sou tão significante assim na vida de alguém, mesmo que negativamente? Ou será que sou eu assumindo minha própria punição, algo tipo masoquismo-psicológico? Será que tenho síndrome do pânico? E quando eu envelhecer, vão ter que me internar num hospício?

Então, escrevo nesta droguinha de blog, e meus demônios são exorcisados.
É, deve ser a tpm.

sábado, 27 de junho de 2009

igual.

"[...] Não quero nem saber,
acendo um cigarrinho pra pensar
que meu passado foi pra nunca mais,
e que até hoje onde vou,
percebo que ninguém vai parar pra assistir
...
Se há uma luz, quero tocar,
antes de nunca mais! [...]"

Nunca Mais
Relespública
Dezoito e uns quebrados... Quase duas décadas, das quais me lembro pouco.
De repente, todo esse tempo parece um disperdício. A maior parte dele, perdido dormindo. Outro tanto no sofá da sala. Mais um pouco olhando o teto, pensando nessas porcarias que aqui escrevo.
Desses dezoito, uns dez passei esperando a liberdade - yes, eighteen years! Partee time!
Ao chegar aqui, percebi que não era bem assim. Bati tão forte naquele muro chamado realidade que o nariz afundou dentro do meu rosto. Delírios diferentes dos comuns surgiram, devido à lesão no meu já ineficiente crânio.
Mesmo antes, sempre fiz tudo que me tentava. Fui à bares, shows, festas. Bebi sem restrições. Beijei quem tive vontade, e até mais. Dormi onde me agradava - ou onde podia. Voltava à hora que queria. Vestia as roupas que achava bonitas. Mudava a cor e o corte do cabelo sem pedir autorização. Jamais me importei com o que meus pais diriam, os estranhos pensariam.
Talvez seja por isso que a maioridade de repente me pareça algo inútil.
Não me mudei. Não me livrei da família. Não arranjei um trabalho, não ganhei meu sustento. Não me senti mais adulta.
E é por isso que, de repente, uma frustração me ataca. Qual o valor desses malditos dezoito anos, que a carteira de identidade alega?!
Minha revolução não deu sinal de vida. Sequer existiu, para falar bem a verdade.

De repente sinto falta dos planos absurdos e surreais que fazia aos dezesseis...

terça-feira, 23 de junho de 2009

mais do mesmo.

"Para onde vamos daqui?"
Endless Deep
U2
Tenho me sentido abandonada nos últimos dias. Não sei exatamente porque, de repente, essa sensação me atacou tão irremediávelmente, mas é como se me sufocasse. Tenho vontades contraditórias. Quero correr e gritar, sentar no chão e chorar, andar e respirar devagar. Tudo ao mesmo tempo.
Minhas certezas e vontades foram abaladas. Meus planos não fazem mais sentido. Não tenho vontade de levar nada adiante. O futuro parece tão distante que não vale a pena pensar nele.
Meu quarto está em desordem, mas para quê arrumar tudo, se sei que não vai durar dois dias?
Minhas férias estão chegando, mas para quê esperar por elas, se não sei se voltarei no próximo semestre?
Espero ansiosamente por mais uma sexta-feira, algumas horas de liberdade.
Espero recuperar a sanidade, que perdi em algum lugar no caminho de volta para casa.

E o que mais me desconcerta é que um dos seres mais incertos que conheço agora é meu porto-seguro. E, não, não direi que não temo mais o naufrágio, que a cada instante me atormenta como possibilidade.
Mas, certamente... Ancorar parece cada vez mais fácil e confortável.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

replay.

"Saio à rua de manhã e me deixo levar.
Assisto à profusão de cores e sons.
Quem é essa multidão? Porque correr assim?
Ninguém aqui jamais será tão só como eu. [...]
"

Rubi
Ludov
Minha mãe sempre foi uma daquelas pessoas inflamáveis, que explodem à menor faísca, e se esforçam para atear fogo em todo o resto ao redor. Não que a ausência de faíscas a impeça de trazer tudo a baixo. Infelizmente, não sou tão diferente assim.
Desde que me entendo por gente, a maior parte do tempo que passamos juntas é brigando.
Em episódios mais recentes, percebi que não posso me dar ao luxo de manter-me muito próxima. Não faz bem a ambas as duas começar a merda de uma quinta-feira aos berros.
Por isso e muito mais, vou cortar o mal pela raiz.
Algo radical, e não tenho certeza se mudarei de idéia. Espero que sim. Certamente é triste tentar acabar com laços de sangue. Ainda mais com uma relação tão especial que deveria ser esta, de mãe e filha... Mas, é isso que se faz quando as pessoas nos deprimem sistemáticamente. Porque deveria ser tão diferente?
Estranho... Sou um dos poucos casos em que a filha abandona a mãe, e não o contrário!
O pior de tudo é que sequer me recordo o motivo de tudo isso. A ultima coisa que me lembro foi o controle do portão eletrônico voando contra o chão. Sei que praguejei muito. Quase um colapso nervoso.

Agora, me sinto anestesiada. Nada mais me dói. Nada mais é bom. Simplesmente não sinto...
Pensei em voltar à analista. Me sinto uma sociopata, outra vez, algo que, apesar de amedrontar, seduz um pouco. Esse desapego incomum que sinto... Deve haver algo errado comigo.
Mais uma vez, me abala o medo de acabar só e mal-amada.
É aí que me lembro que todo ser-humano é egoísta intrinsecamente, e mando tudo se explodir.

Vou dormir e boa noite.

atolada.

"[...] Basta as penas que eu mesmo sinto de mim.
Junto todas, crio asas, viro querubim.
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir.
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir;
Quero mais, uqero a paz que me prometeu.
Volto atrpas, se voltar atrás assim como eu. [...]
"

Cuida de mim
Teatro Mágico
Segunda que passou, completamos um mês de namoro.
De repente, me pego mais uma vez pensando: "ora, mas que tempo estranho!". Parece muito mais que um mês. Não devem, não podem ser apenas quatro semanas! Não com essa saudade imensa que me bate nessas desoladas madrugadas de cama vazia. Não quando deito a cabeça no travesseiro imaginando ser o seu braço, me envolvendo, ou aquele peito em que coloco a cabeça, ouvindo o som dos seus pulmões. Será por isso que não há despertador que me acorde de manhã?!
Ao mesmo tempo que sonho, me confronto com o implacável fim de semestre na UFPR. Atolada até a pontinha do cabelo (recém-cortado!) com dois trabahos e capencando na maioria das matérias. Como prezo por minha pobre vida, finjo pra família que está tudo bem.
E que saco ser maior de idade...
Antes fosse só isso. Mas fiz questão de parar para lembrar da ordem dos meses no calendário, e percebi que em mais ou menos nove dessas convençõezinhas de trinta dias, farei aniversário mais uma vez. Só que agora, serão dezenove anos. Mais um pouco e serão vinte - o número redondo que me faz pensar em sair de casa.
Definitivamente, ando precisando ter encontros com a realidade. Não sabia que seria tão terrível o confronto, depois de um fim de semana vendo estrelas cadentes, a alguns quilômetros dessa porcaria de cidade e das drogas dos compromissos.
Por agora, vou chutar todas aquelas tralhas da minha cama e dormir. Talvez ter pesadelos com aquelas mal-e-porcamente dez páginas (seguidas por outras vinte que nem sei com o que encher) da monografia que consegui escrever, e com o relatório de prática por começar.
E eu que queria tanto sair nesse fim de semana...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

yumi.

"Este poderia ser exatamente o minuto
em que estou consciente de estar vivo,
todos estes lugares parecem meu lar.
Com um nome que nunca escolhi,
posso dar meus primeiros passos
como uma criança aos vinte e cinco. [...]
"
Chocolate
Snow Patrol
Ela reclamou que não escrevo cartas. Percebi, então, que realmente nunca havia lhe escrito nada. Me perguntei porque e encontrei uma resposta - não coerente ou satisfatória, mas que se encaixa. Simplesmente, eu julgava que ela, me conhecendo como ninguém mais conhece, soubesse exatamente o que se passava em minha cabeça.
Como minha própria mãe diz, tenho problemas na hora de demonstrar afeto. Datas não me importam, presentes, bilhetes, recados. No entanto, adoro fotografar momentos e relembrar deles. Deve ser uma espécie de compensação.
Pois bem. Decidi escrever. Desde que parei de ir à psicóloga, eu mesma tenho que dar meus passos rumo à sociabilidade, e este, julgo, é um deles. Não optei por uma carta porque sempre me enrrolo com elas, e poderia perdê-la antes de entregar. Talvez em outro momento, eu decida fazer algo mais íntimo. Mas, por enquanto, acho que este post deve bastar.
Me lembro até hoje da primeira vez que vi aquela criatura. Era uma garota baixinha, usando um shorts curtinho, blusa de alças, e com o cabelo rosa-chiclete. Vinha de mãos dadas com um rapaz, que, coincidentemente, era meu ex-namorado. Até hoje resta uma leve dúvida se ele era canalha ou apenas volúvel, apesar de continuar sendo meu amigo.
Enfim. Eu estava quase que em casa, com meus amigos. Meu coração pulou na garganta, e meu primeiro pensamento foi... "Puta que pariu. Ela é mais bonita que eu."
Ficamos em lados opostos, no imenso grupo de amigos que se reunia em uma praça. Era cômodo, uma vez que, assim, eu não precisaria confrontar ninguém. Mais tarde, ao ver (de longe, claro) o casal em uma ceninha romântica, me descontrolei e desapareci com algumas garotas. Por lá, ficaram rumores: "a Mila tá mal", "a Mila tá chorando". A pobre criatura escandalosa que era ela não tinha culpa de nada, além de ter saído com um calhorda. Ainda assim, no entanto, sobrou pra ela.
Semana seguinte, e a mesma coisa: aquela coisinha aparecia em todos os cantos onde eu ia. Parecia que para provocar, me tirar do sério. Como se quisesse jogar na minha cara que era mais simpática, que chamava mais atenção. E eu, emburradinha.
Um dia, ela veio falar comigo. Descobri que não sabia quem eu era. Se apresentou: Yumi.
E continuava a aparecer. Cada vez mais como uma pessoa independente de quem quer que a houvesse trazido para aquele grupo. Demorei a me render à sua presença. Era simplesmente cativante demais, e me enjoava no inicio.
Aos poucos, nos tornamos amigas, conforme eu superava aquela richa pessoal, da qual só eu mesma sabia. Pra dizer a verdade, nem me lembro quando parei de relutar quanto a manter uma conversa, nem de quando lhe contei meu primeiro segredo. Não me lembro da primeira vez que a abrecei, ou quando foi o primeiro dia a vir dormir em minha casa. Nem da primeira vez que bebemos juntas, ou da primeira vez que saímos correndo e gritando, ou provocamos rapazes, ou passamos mal. Não consigo mais contar quantas ressacas, gargalhadas, e fins-de-semana. Quantos ficantes e namorados se foram, tanto meus quanto dela, dos quais falamos. Quantos boatos ouvimos e contamos, quantas piadas fizemos.
Não posso dizer quando ela se tornou indispensável em minha vida. Mas, com certeza, sem ela para secar minhas lágrimas e me dar um ombro amigo, eu teria perdido o rumo há tempos e tempos atrás. Não importa o que aconteça, é sempre a ela que eu recorro. É com ela que eu rio e choro, de quem empresto sapatos, e roubo vestidos. É dela que não consigo esconder nada, seja sórdido ou infantil. É ela que conhece minha vida, meus trejeitos, meus sentimentos e minhas risadas. É aquela trouxa que já deixou de ser visita no meio da minha família - passou a ser minha irmã de coração.
Porque essa criatura vai ser madrinha dos meus filhos, e eu dos filhos dela. Faremos merda mesmo depois de velhas, e assistiremos aos dvds especiais de aniversário dos quarenta anos de The Gazette. E até vamos lembrar da porra que foi aquele Gaijin no Fest que uma vez aconteceu no Largo (em 2008? E do de 2009, que foi uma droga, será que a gente vai lembrar?).
Yumi, você não vai se livrar fácil assim de mim!
Te amo, sua biscate.

sábado, 6 de junho de 2009

divagar.

"Às vezes parecia que de tanto acreditar
em tudo que achávamos tão certo...
Teríamos o mundo inteiro, e até um pouco mais.
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro... [...]
"
Andrea Doria
Legião Urbana
Evito a solidão. Ficar comigo mesma me obriga a pensar, algo que nem sempre me faz bem.
Mas, como nem tudo é perfeito, caminhei acompanhada de mim por duas quadras e meia até em casa. Felizmente, não me frustrei.
Na verdade, este diálogo íntimo serviu para me lembrar de algumas coisas importantes... Questões nas quais não pensava há anos. Talvez o que venha a seguir pareça confuso, já que na realidade são três questões distintas, resumidas em uma só. Mas, como vieram todas juntas, o turbilhão é quase indissociável.
Antes de começar essa torturinha, preciso abrir um parênteses. Grande parte de tudo isso de que me lembrei tem como fonte uma pessoa especial. Alguém que, infelizmente, não vejo há tempos. Nos conhecemos em um acaso, anos e anos atrás, e nos afastamos por razões estúpidas. Sinceramente, lamento esta distância. Pena que sou tão distraída a ponto de deixar o tempo passar sem perceber. Espero que esta pessoa leia isto, e saiba que, apesar da falta de contato - nos vemos de ano em ano - foi e será sempre uma parte especial de minha vida. Suas idéias são parte do que me tornei. Sou grata por tudo, apesar de não parecer, e espero que o seu futuro seja brilhante como merece.
Enfim, sem mais melodramas. Dê-se inicio ao massacre!
Você mente?
É uma pergunta estranha. A resposta sempre parece uma mentira, mesmo que seja verdade. Jamais saberemos com certeza a sinceridade da pessoa, afinal, um mentiroso mentiria descaradamente. Já quebrei minha cabeça milhares de vezes, pensando em como dar fim a este dilema. Resultado: litros de superbonder gastos, e meses evitando raciocínios complexos.
O principal motivo de tudo isso é uma coisa estúpida. Neste exato momento, meu namorado está em uma festa, com um amigo meu. E, apesar de tudo - afinal, a criatura tem um passado negro - acho que confio que ele me deixe sobreviver esta noite sem me presentear com uma galhada.
Sempre imaginei fidelidade como uma coisa relativa. Isso normalmente não faz sentido para pessoas que não sejam eu mesma.
O mais importante é não se trair. Se você se sente bem com alguém, enganar esta pessoa magoa mais a você - talvez a pobre alma jamais descubra. E, se descobrir, então, são dois para te condenar: você mesmo e aquela pessoa querida.
Mas, se trair e a consciência não pesar nenhum pouco, más notícias: você vive uma farsa. Melhor sair do relacionamento antes que piore. Acho que entra aqui a pena que sinto por uma figura declaradamente comprometida que vive me perguntando quando vou visitá-lo. Mas, isso é outra história e cada um com seus problemas... Se lhe apraz, dizer o que?
Por isso e outras razões, mesmo que meu namorado me diga que posso perguntar ao amigo tudo que quiser saber... Não vou levantar a dúvida. Primeiro porque ele pode mentir, e, segundo, porque confio.

Sinto muito pelo blog parecer um querido diário, e pela lastimável ordem no que escrevo. Tô com sono e vou dormir.
Ah, e pras pessoinhas que leem essa porrinha... Comentem, nem que seja pra dizer "estive aqui". ;X

segunda-feira, 1 de junho de 2009

crises & crises.

"[...] Quero que a estrada venha sempre até você,
e que o vento esteja sempre a seu favor.
Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão,
e que esteja ao seu lado
seu grande amor."
Tempo Ruim
Matanza
Bom, mais uma semana, mais uma crise. Descobri que não posso chegar perto de câmeras fotográficas - acho que é um feitiço que elas têm sobre mim. Sempre quis levar isso um pouco mais a sério, mas é um hobbie caro e que toma tempo. Sem contar, que não é a profissão mais indispensável do mundo... Pra isso: faculdade de química. Quase me arrependo da decisão - as aulas me matam.
Enfim. Tenho essa mania de fotografar poses. Simplesmente adoro ter modelos. Deve ser uma espécie de compensação por não gostar de mim mesma em fotos. Meses atrás, ganhei uma boneca japonesa de minha tia, presente de aniversário. Linda, deslumbrante. Diferente de qualquer outra que tinha visto na vida. Aproveitando que minha prima de quatro aninhos tem milhares de roupinhas de Barbie (que ficam meio larguinhas na Shizuma, mas nada que uma fita crepe não resolva), eu surto. Virou meu passatempo.
Acho que minhas fotos dão pro gasto... Até hoje, não recebi nenhuma crítica negativa. Mesmo quem não gosta da minha saturação carregada, contraste forte e sombras definidas, adora as roupinhas e poses.
Na verdade, o fato de não receber críticas até me deixa meio com o pé atrás... Mas isso é outra história.
***
Como estou animada pra estorvar quem quer que se submeta a essa tortura psicologica que chamo de blog, vou continuar com a segunda história (weee~~!).
Sempre fui uma garota meio desconfiada. Não por algum trauma, ou algo assim. Acho que só porque desde pequena, me acostumei que as pessoas nem sempre dizem a verdade. O conceito de mentirinha social me foi introduzido cedo demais - e talvez seja isso que torne meu caráter tão arredio.
Eu nunca soube como receber elogios. Acho que porque nunca acreditei muito neles. O que me garante que as palavras não sejam apenas da boca pra fora? Lógicamente, evito esse tipo de coisa. Prefiro ficar quieta a falar inverdades.
Esse tipo de coisa vive pairando em torno de minha cabeça... Acho que só acredito mesmo em minha mãe (a sinceridade dela é ácida, bem parecida com a minha). É ela que só me diz que estou bonita quando uso uma blusa parecida com outra que ela tem, ou que me avisa que engordei, ou que não gostou da cor do meu cabelo. Não que nada disso mude o que faço, mas já é uma opinião.
De vez em quando, engulo o que outras pessoas dizem, mais por não bater de frente que por realmente aceitar. Não fico procurando o que é real ou não. Tanto faz - cada um convive com sua culpa.
(não sou religiosa, mas acho que ações moralmente aceitas como erradas pesam na consciencia dos individuos - ao menos da maioria deles. então, que se danem. fazer o que...?)
Porém, ao contrário do que muita gente acha, viver assim não me deprime. Partir do principio que a mentira é intrinseca e o pessimismo é o que há chega a ser estimulante. Cada alegria é lucro. Quando alguém me convence de que realmente gosta de algo que faço, é sempre festa. Quando me decepciono, não me importo - já era o esperado.
São raras as vezes em que a dúvida me dói. Por exemplo, não saber o que se passa na cabeça de meu namorado acaba comigo. Mas acho que pequenas ações me convencem de que ele é sincero, nem que por breves instantes (decorar meu telefone, dar um jeitinho de me ligar quando pode, me aguentar todo santo fim de semana, fazer comida...). Nos outros, me pergunto que diabos vê nesta gorduxa esquisita de voz estridente.
(se bem que certezas me levam ao comodismo, por isso não me importo em resolver estas dúvidas... até que realmente me afetem realmente.)
Mas, acho que isso toda mulher tem... Ou não?