domingo, 28 de fevereiro de 2010

sinceridade.

"Eu não minto". Verdade ou mentira?
"Estou falando a verdade". Sim ou não?
Uma pessoa muito querida me fez essas perguntas um dia. Me esforçei tanto para buscar respostas que, quase quatro anos depois, elas ainda me assolam.
Justo eu, que sempre me gabei de acreditar no melhor das pessoas, nunca questionar.
Justo eu, que sou sincera a ponto de ser inconveniente.

Paradoxos que me perseguem todos os dias.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

traduções.

Navegando aleatóriamente pelo orkut, me lembrei de um assunto...
Há não muito tempo, um amigo meu estava revoltado. Havia discutido com uma garota pelo simples fato de ele ter se referido ao livro "Crepúsculo" pelo seu nome traduzido... "Crepúsculo"!
A garota disse algo do gênero "se você é fã, chame de Twilight, que é o nome certo".
No dia não vi muita importância. Acho que ri da ignorância da garota. Hoje, no entanto, a afirmação dela me fez refletir.
Começei a me perguntar se ela teria lido os livros da saga de Stephenie Mayer em inglês, ou visto o filme na lingua-materna sem o auxilio de legendas. É... Realmente duvidoso.
No entanto, fez questão absoluta de empinar o nariz, com aquele jeitinho burguês tão bem conhecido no Brasil, e mencionar o título em inglês. Nada mal até aí. Fale como quiser. Mas chegar ao ponto de discutir o que seria certo e errado?
Afinal, qual é a diferença entre "Crepúsculo" e "Twilight", além da língua? Ambos são referencias ao mesmo livro!
Imagine agora se algum autor decidisse proibir a sua editora de publicar traduções, dizendo "se eles são fãs, têm que ler na língua certa"? Jamais seria um sucesso.

Ah, e por sinal. Li a série acima mencionada. Foi um bom-passatempo. A autora realmente sabe usar as palavras - exeto por algumas redundâncias que encontrei no texto. Mas o desenrolar da história deixa muito a desejar... Principalmente o desfecho da série.
Não gosto de finais felizes.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

arrogancia.

Existem coisas que só podem ser ditas por uma inimizade sincera.
Por exemplo: me recordo nitidamente de (mais de uma vez) comentar entre amigos que eu não me achava bonita e que precisava emagrecer. Sem sequer pensar duas vezes, a primeira pessoa a responder riu, dizendo "pare, você é gostosa!". Pena que sinceridade não faz parte do vocabulário da coisinha, já que na primeira oportunidade, depois de uma briga, foi o primeiro argumento xulo que ela usou para me criticar.
Ah, me chamou de arrogante também, mas isso eu levo como elogio.

Aproveitando a madrugada já perdida de sono, decidi relembrar a primeira vez em que o adjetivo "arrogancia" se ligou em uma frase a esta singular pessoa.
Eu tinha quase treze anos e tinha acabado de ser matriculada no Colégio Medianeira. Fiz amizade com os professores antes de sequer saber o nome de alguém da mesma sala que eu. Aprendi o caminho da biblioteca e comecei a frequenta-la. Por causa do sumiço que tomava nos intervalos, levei algum tempo para socializar. Enquanto isso, devorava livros. Naquele mesmo ano, bati meu recorde: quarenta e sete titulos.
Apesar disso, nunca fiz as tarefas. Os professores odiavam meu sorriso amarelo diante do caderno em branco, por isso, sempre que podiam, pediam para que eu improvsasse respostas para as perguntas, ou resolvesse os exercícios na lousa quando os esforçados falhavam - só corria da matemática.
Num desses dias, depois de uma pergunta particularmente dificil ser lançada a turma, ergui o braço. Aula de história, professora Valesca. Respondi e abri um sorriso imenso. Foi quando o burburinho da sala sussurrou em coro: "arrogante...".
Desde então, nunca vi problema em empinar o nariz se sei que estou certa.

Muito obrigada a todos que me confirmaram essa opinião singular.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

academia.

Voltei a me mobilizar nesta sexta-feira! Tudo graças a mulher que mais me aporrinha na face da terra: Rosa Maria.
Eu estava parada a dois anos, quase três. Foi quando ela decidiu me patrocinar, com a promessa de que este projeto eu não abandonaria. Nem que tivesse que acordar às 7h30 da matina pra correr. Praticamente me desafiou. Ficou bufando que eu desistiria, e que era um desperdício de dinheiro. Foi aí que meus brios se remexeram e decidi provar que ela está errada!
Eu sou a única mulher da tarde, descobri que a faixa de três das esteiras estão escorregando, e que ventiladores me odeiam. E, pela dor muscular que estou sentindo, acho que o personal quer me matar.
Apesar de cansada, eu chego em casa feliz. Estou dormindo melhor - vencendo a insônia pelo cansaço, literalmente.
E agora vou assistir o último episódio da primeira temporada de Glee! u___u"

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

descontrole 1.0.

"Cante e dance, eu vou tocar pra você esta noite
e me emocionar com tudo isso.
Núvens escuras me seguem de vez em quando,
mas eu vou dar um jeito nisso, então...
Eu olho para o céu,
minha boca está bem aberta, sinto o gosto.
Qual é o sentido em se preocupar?
Qual é o sentido em se apressar?
Gire, gire! Nos quase ficamos tontos."
Dave Matthews Band
Dancing Nancies
Já faz quase dois meses. Eu estava passando por uma fase difícil - fim de semestre na faculdade, brigas com o namorado, com a mãe, problemas em casa. Aquele desconforto de não estar no lugar em que se quer. A sensação de que tudo vai dar errado. E ainda assim, eu me mantinha firme e forte, como uma pedra. Procurava não me deixar abalar. Perdia a razão por instantes, e não lutava para reencontrá-la. Justificava gritos, confusões, brigas.
Afinal, eu estava sempre certa...
Um dia, no começo da tarde, enquanto tomava um banho gelado, por causa do calor, começei a chorar. Sentei no chão do banheiro, abraçando as pernas e me entreguei à tristeza reprimida que transbordava dos olhos. Chorava por tanta coisa que já nem sabia mais porque chorava. Faltava o ar, mas não as lágrimas.
Quando a dor cedeu um pouco, Me enrrolei em uma toalha, a caminho do quarto, ofegante. Já havia se passado quase meia hora. Vaguei pelo corredor, até o quarto. Ao chegar na maçaneta, mais uma onda de pesar. Me encostei na parede, sem sequer abrir a porta. Tentava fazer silêncio, torcia para que nenhuma visita entrasse na casa - estavam todos na mesa da garagem, conversando alto e bebendo. Eu sequer havia dado oi aos parentes que visitavam.
Foi quando meu herói apareceu. Meu pai passava pela sala. Aos soluços, encolhida contra a parede, pedi por socorro. O susto em seu olhar mostrava o quanto a minha situação era deplorável. Passou os braços ao meu redor, me acalmando finalmente. Já haviam se passado duas horas inteiras.
Conversamos um pouco. Chorei mais ainda. Ele me fez rir (daquele jeito psicótico e exagerado de gente deprimida). Chamáva-me de "assombração de filme japonês". Eu havia encharcado todo o piso da casa em menos de três horas - um feito digno de Samara Morgan.
Com quase quatro horas de ataque, consegui me recompor. Não fosse meu pai, acho que teria desidratado. Ninguém mais poderia me acalmar como ele.

É por isso que adoro meu pai.
Só ele sabe olhar pro meu rosto e descobrir o que eu quero ouvir.