sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

arrogancia.

Existem coisas que só podem ser ditas por uma inimizade sincera.
Por exemplo: me recordo nitidamente de (mais de uma vez) comentar entre amigos que eu não me achava bonita e que precisava emagrecer. Sem sequer pensar duas vezes, a primeira pessoa a responder riu, dizendo "pare, você é gostosa!". Pena que sinceridade não faz parte do vocabulário da coisinha, já que na primeira oportunidade, depois de uma briga, foi o primeiro argumento xulo que ela usou para me criticar.
Ah, me chamou de arrogante também, mas isso eu levo como elogio.

Aproveitando a madrugada já perdida de sono, decidi relembrar a primeira vez em que o adjetivo "arrogancia" se ligou em uma frase a esta singular pessoa.
Eu tinha quase treze anos e tinha acabado de ser matriculada no Colégio Medianeira. Fiz amizade com os professores antes de sequer saber o nome de alguém da mesma sala que eu. Aprendi o caminho da biblioteca e comecei a frequenta-la. Por causa do sumiço que tomava nos intervalos, levei algum tempo para socializar. Enquanto isso, devorava livros. Naquele mesmo ano, bati meu recorde: quarenta e sete titulos.
Apesar disso, nunca fiz as tarefas. Os professores odiavam meu sorriso amarelo diante do caderno em branco, por isso, sempre que podiam, pediam para que eu improvsasse respostas para as perguntas, ou resolvesse os exercícios na lousa quando os esforçados falhavam - só corria da matemática.
Num desses dias, depois de uma pergunta particularmente dificil ser lançada a turma, ergui o braço. Aula de história, professora Valesca. Respondi e abri um sorriso imenso. Foi quando o burburinho da sala sussurrou em coro: "arrogante...".
Desde então, nunca vi problema em empinar o nariz se sei que estou certa.

Muito obrigada a todos que me confirmaram essa opinião singular.

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