sábado, 25 de dezembro de 2010

fantasmas.

Pois é... Hoje o fantasma do Natal passado bateu na minha porta de novo.
Sei lá. Deve ser algo na tradição que nos faz lembrar daqueles momentos que nunca mais vão se repetir, por mais que o cenário e todo o resto seja o mesmo...
Sinceramente, eu não queria ter saído de casa. Ia me afogar em peru aqui mesmo, meu pai, minha vó, minha prima e tios acompanhando. Daí lembrei: mamãe também me quer. Lá fui eu, repetir aquele fiasco de um ano atrás...
Mas dessa vez não tinha ninguém segurando minha mão, me dizendo que tudo ia dar certo.
Ééé... A solidão dói, e eu não posso deixar de pensar que tem alguma coisa errada nisso. Que eu fiz alguma coisa ruim. Mesmo que eu saiba que não.

Emocionalmente eu sou muito parecida com o meu cachorro.
A gente senta na porta com cara de idiota, esperando alguém vir nos amar.

Sem contar que virou tradição a minha mãe me fazer chorar no Natal.
(pelo menos esse ano eu pude beber descaradamente pra disfarçar a agonia)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

mudança de planos.

"Não consigo lembrar de quando era bom,
momentos de alegria escapam.
Talvez eu só tenha entendido errado.
Todo amor que deixamos para trás,
vendo as flashbacks se misturarem,
memórias que nunca encontrarei.
Esqueça as inconsequências que fizemos,
acho que nossas vidas acabaram de começar."

Falling away with you
Muse

Era pra eu ter começado um vlog hoje, mas como estou cansada demais... Mudei de idéia.
Por isso, vou me contentar em tentar ressuscitar essa coisinha aqui mesmo.

Sabe como você lembra do seu passado com saudades, e tudo parecia ser melhor do que é agora... E as pessoas com quem você não fala mais eram legais, e ninguém mais lembra o que deu errado, pra que nada mais fosse tão bom?
Passei por uma coisa estranha essa semana. Pela primeira vez o meu presente pareceu melhor que o que passou.
Consegui lembrar claramente o que deu errado comigo em todos os meses que passaram. Porque eu não conseguia aproveitar a minha vida na hora em que ela estava. E cada segundo que se aproximava trazia a certeza de ser pior que o anterior.
E, no final, o Thomas, meu calouro que sequer barba tem, estava certo: certas coisas não se cultivam. Você precisa do espaço que elas ocupam para outras, melhores.

Depois de meses tentando, descobri que não precisava mais do que uma noite quente, companhias agradáveis e alguém pra me mostrar que nossas vidas começam agora.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

perfeito.

- Você é carinhoso demais... - comentei com meu acompanhante.
Foi quando o Haru, um amigo querido, se intrometeu dizendo algo como "ela não tá acostumada com isso!". O que está longe de ser uma mentira.
E essa é a história do momento em que eu decidi largar meu freio.

Eu jamais deveria ter me deixado convencer de que sou menos do que bonita, inteligente e engraçada.
Obrigada a todos vocês que nesse fim de semana me provaram que sou querida. Que aguentaram o meu humor ácido, minhas brincadeiras sem graça. Àqueles que riram comigo.
E ao rapaz que me fez lembrar de como é ser desejada.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

dois problemas.

Aquele dia no ônibus (o post anterior, deste blog, que nem as traças querem ver, porque não é de papel)? Baboseira completa, absoluta e irrestrita. Parte da minha carência, pra variar um pouco. Não que eu não goste do rapaz - acho que é o mais próximo de um melhor amigo que consegui nessa hora de fraqueza. Gosto de passar tempo com ele. Me divirto com suas piadas, e sinto sua falta quando não estamos juntos.
É bom não precisar pensar no que digo ou faço perto dele. Mas não só por me sentir confortável - é porque mesmo que o atormentasse, acho que não me importaria tanto assim. E na verdade acho que ele não se atormenta por também não se importar.
Arranjo cômodo para ambos os lados.

Continuando com a divagação desta madrugada: tenho dois problemas. Um, o mais imediato, é o fato de sempre que possivel esta que voz fala cometer uma cagada absurda e não inédita, integrante das dez fases recorrentes da minha vida amorosa (um dia quem sabe eu explico).
Eu não andava muito bem. Tive crises o mês inteiro, até considerei consultar um psiquiatra. Tivemos uma discussão amarga, eu e o rapaz do ônibus, como amigos. Ele já andava fechado eu copas, e eu segui o exemplo. Viajei, saí, vi gente. Flertei inocentemente com algumas pessoas. Ri. Ouvi milhares de piadas ruins, aprendi uma gíria nova - bizurada, por sinal. Passou um tempo, baixou a poeira, voltamos a nos falar. Bem daquele jeito...
Visitei o rapaz na quarta. Vi ele de novo na sexta. Falamos besteira, bebemos um tanto em companhia de um amigo dele.
Domingo ele queria que o visitasse de novo, mas já havia prometido ir em um churrasco - por sinal, cheguei tarde, tomei as últimas cervejas, e estiquei por lá algumas horas, conversando com o amigo de um amigo. Um garoto que me lembra absurdamente de um ex-namorado, um dos primeiros (sabe aquele amor que deu certo, mas pra cada um numa hora diferente? esse mesmo). Falava rápido, com uma voz meio mansa, e me chamava da Camila com aquela ênfase estranhamente carinhosa no "Ca", baixando o tom ao pronunciar o "Mi", e esticando um "La" encaracolado, terminando sempre, todas as vezes, com uma inspiração. Absurdamente diferente no físico, mas com o mesmo trejeito tímido. Até o jeito de sorrir... Tive arrepios, no sentido mais esquisito da expressão. Acho empalideci e ele percebeu, porque demoramos a conversar depois disso.
Meus amigos se aglomeravam aos poucos ao redor do video-game. Quando percebi, conversávamos sozinhos na garagem. Quando fomos comprar pão, ele me beijou. Voltamos, fizemos café, repetimos o ato. E de novo. E mais uma vez, até ser hora de ir embora - ele, por sinal, me trouxe em casa. Perguntou se poderíamos sair algum dia...
Resumindo: meu primeiro problema é que eu disse sim, mas não pretendo deixar de beijar o rapaz do ônibus pelo amigo do amigo e não quero voltar atrás.

E o segundo é mais simples, mas mais difícil de resolver: converso em pensamento quase todas as noites com um dos meus ex-namorados. Na maior parte das vezes, discuto com ele, afirmando o quão patético o acho, sempre com um argumento novo. Tudo bem se fosse só isso, conscientemente eu o odeio. O problema é quando ele se intromete nos meus sonhos, derrubando portas, invadindo ônibus, até a cavalo (preto, porque branco até dormindo eu sei que não merece), me chama de bebê e me... Salva? Sequestra? Nem sei o que faz. Pelo menos, de vez em quando eu o estapeio, reluto.
E isso que o rapaz do ônibus faz, confirmadamente, tudo que ele fazia mais do que cinco vezes melhor...
Resumindo: meu segundo problema é que meu ego é desequilibrado, meu superego é covarde, e meu id provém da palavra idiota.

E Freud explica.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

a frase.

É como eu disse pra ele.
Quando se está amando, tudo é tão mais fácil! A perspectiva é mais direta: você sabe o que tem, e o que quer. Você analisa o que pode fazer para chegar lá. O seu objetivo é simples.
Estranho como a paixão se assemelha à caça. E cada vez mais a similaridade me assusta.
Mais estranho ainda é a ausência de rumo que surge com a ausência do sentimento. A necessidade constante de uma motivação para que o peito não pare de bater.

Estava com ele no ônibus. O convenci a me acompanhar por parte do caminho, até minha casa. O abraçei forte, com o rosto enterrado no seu peito. Ah, estava tão cansada... Mas ainda assim, tão confortável.
Eu já havia dito que não estava apaixonada. Que estava cansada de sair em frangalhos das relações. Que queria simplesmente aproveitar aqueles momentos, aquela cumplicidade... Os benefícios da amizade sem as amarras do compromisso.
E ele concordava. Também não é mais inocente.
De repente, aquela frase absurda... Aquela frase ridícula! Aquela frase estúpida, que sempre acaba com tudo, surgiu nos pensamentos. Desceu até o peito, acelerou o coração, agitou as borboletas do estômago. Subiu pela garganta, arranhando minha carne, e quase escorregou boca abaixo. Ficou pendurada na ponta da língua, ameaçando atirar-se. A agarrei antes que o estrago fosse feito. Fiquei sem ar, no esforço. Acho que ele não percebeu.
Aquela frase que na verdade não significa nada. Que vem acompanhada de tudo.

Nem sei mais o que queria dizer.
Mas já estou com saudades.

domingo, 17 de outubro de 2010

curti.

Era uma sexta tediosa. Eu andava impaciente, então resolvi matar aula. Péssima idéia - quase suicidio acadêmico, em se tratando de cálculo e físico-química. Pra matar tempo, assisti tv. Liguei pra uma amiga. Fui ao mercado.
Havia abandonado as esperanças de ter o que fazer. Isso porque, na verdade, eu não sabia o que esperar. Minhas atitudes não têm tido muito a ver com minhas convicções, e, sinceramente me sinto perturbada por isso. Esquisito não saber como serão as reações ao novo paradigma.
Por sorte, ele me esperava no msn com um convite irrecusável: pizza, bebidas, e coisas do gênero.
Nem o cabelo esvoaçante me deteve em casa! E, argh, que cabelo irritante esse...

Não fosse meu medo de cair, agarraria com unhas e dentes.
Se bem que, piadas infames à parte... É, arranhei e mordi um tanto.

Mas, um passo de cada vez, e quem sabe um dia, eu me solte dessas amarras.

Enfim... O importante é que te curto.
Perdão por ser assim tão sensível.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

...

Eu sou memorável, porra!

Como é que vc me esquece tão fácil?!
Como é que vc diz que não esqueceu, mas passa por cima de mim assim?!
Como, se eu sou memorável?!
Meu cheiro é único! Meu jeito de falar! A risada! O cabelo!
Tudo bem que eu não tenha sido muito eu mesma ultimamente...
Como você consegue passar por cima da minha mentira sem incomodar?
Como passa por cima da minha verdade sem preocupação?

E tudo que eu passei por sua causa, não valeu de nada?!
Obrigada por ser nulo na minha vida,
vai ser bem mais fácil esquecer assim.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

...

Sabe aquele momento, entre beijos e abraços, em que você pode prever um futuro não muito distante...?
Então, sabe aquela hora em que você decide que não quer evitar o que quer que seja que aconteça?
Ééé... Aquela hora chegou.

E, sinceramente... Foi divertido demais!

domingo, 10 de outubro de 2010

previsível.

Era quarta feira quando comentei com um amigo: "dois dias para que aquele lá se inquiete e me ligue". Omitirei o resto do comentário porque foi simplesmente maldoso e quase que gratuito, apesar de não ser segredo.
Pois bem, na sexta coloquei o celular no silencioso e imóvel (nem o vibracall se salvou). Fomos dormir lá por duas da manhã, e começava a me sentir mais tranquila - ninguém me procurava, não precisaria dar satisfações... Simplesmente desapareci da face da terra: quatro pessoas sabiam onde eu estava. Três não sabiam como chegar lá. A outra... Bom. Fica pra outro dia, não é, Mr. M?
Acordei no sábado meio zonza, e me deparei com sei lá quantas chamadas não atendidas, e mais umas mensagens. Tinha errado por um dia.
Situação tão patética que, não fosse triste, me faria rir.

Pois é. Capitulo novo começando.
Não que muita gente se importe...
E eu, pra variar, destreinada de escrever.

PS: a culpa não é minha se você perdeu o rumo e tentou me arrastar contigo. No naufrágio, te perdi de vista - foi o primeiro a correr por sua tão amada vida... Disso me lembro bem. Te vi partir enquanto juntava os pedaçinhos de mim que você espalhou por todos os cantos. Ah, se ao menos fosse pela primeira vez... Pratiquei tanto a queda que cair já não dói mais. Você me ensinou a te deixar partir mais vezes do que a te amar. Me quebrou mais vezes do que salvou.
Mudei de barco, bebê. Reprise é só pra quem não lembra da história.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

novo rumo

Tudo passa por mim sem que eu perceba.
Não é facil aceitar que o tempo passa assim, me atropelando, mas... No fim, tudo vai ficar bem.
Quanto mais o tempo passa, mais a saudade aperta. Disfarço com desdém, sarcasmo.
Me escondo atrás de garrafas vazias de cerveja, milhares de novos amigos que desaparecem ao amanhecer...

No fim é só a falta de algo que nunca tive de verdade.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

indiferença.

Pois é, lá fui eu desaparecer de novo. Me distraí e quando vi, lá se foram mais alguns meses...
Coisa engraçada essa de se deixar levar. Algumas coisas ficam para trás no meio do caminho.

O namoro acabou. Não era algo que nós quiséssemos, mas também não podiámos evitar.
O que na verdade é uma mentira... Podíamos evitar, sim, mas nos distraímos tanto com outras coisas...

E o mais curioso é que, apesar da saudade, não há tristeza.
Apesar de me remoer, pensando em que outras garotas beijarão os seus lábios...
É. Algo assim. Melhor deixar quieto.

Acho que porque eu finalmente consegui criar uma certa confiança.
Obrigada por isso, G.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

irritadiça.

Saí de casa tarde, quase quatro horas da tarde. O plano era estar fora do portão antes das duas. Mas até aí tudo bem... Tive febre e tosse na noite anterior, acordei sem voz e não consegui comer nada. Um atraso era o menor dos meus problemas.
Nem me apressei. Coloquei os fones nos ouvidos e fui atrás do ônibus.
Para minha surpresa, descobri apenas depois de já ter pago a passagem que estava com frio e não levara a blusa. Capaz que ia gastar mais dois e vinte pra buscar uma jaqueta...
O plano era vltar antes do anoitecer (mais ou menos seis horas, nessa cidadezinha bizarra). Pior não devia ficar... Ao menos eu ia resolver tudo num dia só e ficar em casa até o dia nove, intercalando entre cama e sófá, usando o cobertor como cauda.
Cheguei na Rua da Cidadania... Saí do terminal, fui ao guichê da URBS. Mas não sem antes dar voltas e voltas... Eu já mencionei que o Carmo é um bairro muito confuso?
Enfim, fui procurar meu RG e CPF. Surpresa: estavam em casa.
O rapaz que atendia me deu uma cantada grosseira. Juro que senti nojo de mim mesma.
Surpresa dupla: eu precisava deles para me apresentar ao TRE. É, eu vou ser mesária...
Fui pedir informação. A mulher não me explicou nada, e perdi dez minutos andando ao redor do terminal, procurando a entrada.
Liguei pro meu pai aos prantos, só pra ter com quem falar, afinal, do namorado não tenho nem sinal há quase duas semanas...
Chegando em casa, perdi completamente a voz outra vez. Ainda não consigo falar.
Ninguém tem idéia de como é foda pra mim ficar quieta...
Parecia que tudo ia contra mim nessa merda de dia!

E amanhã eu vou ter que andar todo esse caminho de novo.
E rever o rapaz da cantada. Descobrir de novo como me locomover no Carmo. Ir até o TRE.

Pode não parecer nada, mas me reservo ao direito de gritar, chorar e esperniar.
(é, mãe, eu sei que tem muita gente em situação pior que a minha no mundo... não precisa ficar brava.)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

around the world.

"Viver é fácil com os olhos fechados,
sem entender tudo que você vê.
Está ficando mais dificil ser alguém,
mas tudo isso funciona.
Não importa muito pra mim.
"
The Beatles
Strawberry Fields Forever
Ficar em casa realmente não me faz bem. Não sei porque ainda espero o telefone tocar.
Tudo se afasta de mim. Não sei mais se quero correr atrás de nada.
Consegui paz, ainda que acompanhada de tédio.

Enquanto isso... Espero.

E não sei mais o que escrever.

Dane-se. Esse blog é estúpido mesmo.

domingo, 18 de julho de 2010

marasmo.

Vou ser sincera e admitir algo que demorei a aceitar: não vivo sem drama.
Maldita falta de iniciativa própria...
Quando no meio da tempestade, é muito claro o que se deve fazer: correr e buscar abrigo. Mas, na calmaria... Fazer o que? Andar? Ficar? Dormir...?
Enquanto me decido, acho que um temporal se arma...

E, quer saber? Que se dane.

domingo, 11 de julho de 2010

cansaço.

Juro que queria escrever alguma coisa decnte, mas estou tão cansada...
O semestre foi uma merda. Me ralei de estudar. Pelo menos, minhas notas foram mais altas do que o normal. Meu índice de aprovação subiu.
Primeiro dia oficial de férias, e passei de pijama. Nem lembro se cheguei a lavar o rosto ou pentear o cabelo. Sentei no sofá e, entre cochilos, assisti televisão. O maldito dia inteiro...
Esperei o telefone tocar. Nada...
Alguns amigos ligaram. Adiei os planos esperando por alguém mais importante.
Idiotice. Podia pelo menos ter dado uma voltinha... Não fiz falta pra ninguém mais mesmo.

Eu sei que não devia, mas estou começando a concordar que sou burra mesmo...

E um pressentimento ruim esmaga meu peito. Há dias.
O pior de tudo é que na maior parte das vezes, eu estou certa.
Maldito insintinto.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

aniversário.

Já faz mais de um ano desde que, na saída do fliperama, amigos se reuniram. Nos perguntávamos onde iriamos, o que faríamos (em que mercado compraríamos bebidas). Alguém, não sei se eu, não sei se outra pessoa, olhou para o rapaz de cabelo descolorido e perguntou se ele queria participar da noitada. Ele aceitou - para minha sorte.
Naquele momento, eu mal sabia que aquele cara, com quem eu sequer havia falado muito até o tal momento, viria a ser uma das pessoas mais importantes da minha vida. E eu o detestava!
Mal sabia que o odiaria em várias outra ocasiões futuras. Mal sabia que, ainda assim, o amaria o tempo inteiro.
(mal sabia que esperaria mais "quinze de maio" do que "vinte e um de março")

Já faz um ano que você mudou a minha vida, Guilherme.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

cotidiano.

Pois é, desapareci por um tempinho...
Tempão. Eu tinha esquecido que estudar (na verdade, aprender) toma muito tempo.
Mudei bastante nesses últimos três meses. Acho que estou quase irreconhecível, mas, essa sou eu.
Enfim, não tenho o que escrever. Está tudo entrando nos eixos, então não tenho grandes melodramas. Voltei a filosofar, mas nada digno de ser escrito agora. Na verdade, nem lembro mais porque loguei no blogger.
Enfim, estou morta de sono. Vou dormir.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

sinceridade.

"Eu não minto". Verdade ou mentira?
"Estou falando a verdade". Sim ou não?
Uma pessoa muito querida me fez essas perguntas um dia. Me esforçei tanto para buscar respostas que, quase quatro anos depois, elas ainda me assolam.
Justo eu, que sempre me gabei de acreditar no melhor das pessoas, nunca questionar.
Justo eu, que sou sincera a ponto de ser inconveniente.

Paradoxos que me perseguem todos os dias.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

traduções.

Navegando aleatóriamente pelo orkut, me lembrei de um assunto...
Há não muito tempo, um amigo meu estava revoltado. Havia discutido com uma garota pelo simples fato de ele ter se referido ao livro "Crepúsculo" pelo seu nome traduzido... "Crepúsculo"!
A garota disse algo do gênero "se você é fã, chame de Twilight, que é o nome certo".
No dia não vi muita importância. Acho que ri da ignorância da garota. Hoje, no entanto, a afirmação dela me fez refletir.
Começei a me perguntar se ela teria lido os livros da saga de Stephenie Mayer em inglês, ou visto o filme na lingua-materna sem o auxilio de legendas. É... Realmente duvidoso.
No entanto, fez questão absoluta de empinar o nariz, com aquele jeitinho burguês tão bem conhecido no Brasil, e mencionar o título em inglês. Nada mal até aí. Fale como quiser. Mas chegar ao ponto de discutir o que seria certo e errado?
Afinal, qual é a diferença entre "Crepúsculo" e "Twilight", além da língua? Ambos são referencias ao mesmo livro!
Imagine agora se algum autor decidisse proibir a sua editora de publicar traduções, dizendo "se eles são fãs, têm que ler na língua certa"? Jamais seria um sucesso.

Ah, e por sinal. Li a série acima mencionada. Foi um bom-passatempo. A autora realmente sabe usar as palavras - exeto por algumas redundâncias que encontrei no texto. Mas o desenrolar da história deixa muito a desejar... Principalmente o desfecho da série.
Não gosto de finais felizes.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

arrogancia.

Existem coisas que só podem ser ditas por uma inimizade sincera.
Por exemplo: me recordo nitidamente de (mais de uma vez) comentar entre amigos que eu não me achava bonita e que precisava emagrecer. Sem sequer pensar duas vezes, a primeira pessoa a responder riu, dizendo "pare, você é gostosa!". Pena que sinceridade não faz parte do vocabulário da coisinha, já que na primeira oportunidade, depois de uma briga, foi o primeiro argumento xulo que ela usou para me criticar.
Ah, me chamou de arrogante também, mas isso eu levo como elogio.

Aproveitando a madrugada já perdida de sono, decidi relembrar a primeira vez em que o adjetivo "arrogancia" se ligou em uma frase a esta singular pessoa.
Eu tinha quase treze anos e tinha acabado de ser matriculada no Colégio Medianeira. Fiz amizade com os professores antes de sequer saber o nome de alguém da mesma sala que eu. Aprendi o caminho da biblioteca e comecei a frequenta-la. Por causa do sumiço que tomava nos intervalos, levei algum tempo para socializar. Enquanto isso, devorava livros. Naquele mesmo ano, bati meu recorde: quarenta e sete titulos.
Apesar disso, nunca fiz as tarefas. Os professores odiavam meu sorriso amarelo diante do caderno em branco, por isso, sempre que podiam, pediam para que eu improvsasse respostas para as perguntas, ou resolvesse os exercícios na lousa quando os esforçados falhavam - só corria da matemática.
Num desses dias, depois de uma pergunta particularmente dificil ser lançada a turma, ergui o braço. Aula de história, professora Valesca. Respondi e abri um sorriso imenso. Foi quando o burburinho da sala sussurrou em coro: "arrogante...".
Desde então, nunca vi problema em empinar o nariz se sei que estou certa.

Muito obrigada a todos que me confirmaram essa opinião singular.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

academia.

Voltei a me mobilizar nesta sexta-feira! Tudo graças a mulher que mais me aporrinha na face da terra: Rosa Maria.
Eu estava parada a dois anos, quase três. Foi quando ela decidiu me patrocinar, com a promessa de que este projeto eu não abandonaria. Nem que tivesse que acordar às 7h30 da matina pra correr. Praticamente me desafiou. Ficou bufando que eu desistiria, e que era um desperdício de dinheiro. Foi aí que meus brios se remexeram e decidi provar que ela está errada!
Eu sou a única mulher da tarde, descobri que a faixa de três das esteiras estão escorregando, e que ventiladores me odeiam. E, pela dor muscular que estou sentindo, acho que o personal quer me matar.
Apesar de cansada, eu chego em casa feliz. Estou dormindo melhor - vencendo a insônia pelo cansaço, literalmente.
E agora vou assistir o último episódio da primeira temporada de Glee! u___u"

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

descontrole 1.0.

"Cante e dance, eu vou tocar pra você esta noite
e me emocionar com tudo isso.
Núvens escuras me seguem de vez em quando,
mas eu vou dar um jeito nisso, então...
Eu olho para o céu,
minha boca está bem aberta, sinto o gosto.
Qual é o sentido em se preocupar?
Qual é o sentido em se apressar?
Gire, gire! Nos quase ficamos tontos."
Dave Matthews Band
Dancing Nancies
Já faz quase dois meses. Eu estava passando por uma fase difícil - fim de semestre na faculdade, brigas com o namorado, com a mãe, problemas em casa. Aquele desconforto de não estar no lugar em que se quer. A sensação de que tudo vai dar errado. E ainda assim, eu me mantinha firme e forte, como uma pedra. Procurava não me deixar abalar. Perdia a razão por instantes, e não lutava para reencontrá-la. Justificava gritos, confusões, brigas.
Afinal, eu estava sempre certa...
Um dia, no começo da tarde, enquanto tomava um banho gelado, por causa do calor, começei a chorar. Sentei no chão do banheiro, abraçando as pernas e me entreguei à tristeza reprimida que transbordava dos olhos. Chorava por tanta coisa que já nem sabia mais porque chorava. Faltava o ar, mas não as lágrimas.
Quando a dor cedeu um pouco, Me enrrolei em uma toalha, a caminho do quarto, ofegante. Já havia se passado quase meia hora. Vaguei pelo corredor, até o quarto. Ao chegar na maçaneta, mais uma onda de pesar. Me encostei na parede, sem sequer abrir a porta. Tentava fazer silêncio, torcia para que nenhuma visita entrasse na casa - estavam todos na mesa da garagem, conversando alto e bebendo. Eu sequer havia dado oi aos parentes que visitavam.
Foi quando meu herói apareceu. Meu pai passava pela sala. Aos soluços, encolhida contra a parede, pedi por socorro. O susto em seu olhar mostrava o quanto a minha situação era deplorável. Passou os braços ao meu redor, me acalmando finalmente. Já haviam se passado duas horas inteiras.
Conversamos um pouco. Chorei mais ainda. Ele me fez rir (daquele jeito psicótico e exagerado de gente deprimida). Chamáva-me de "assombração de filme japonês". Eu havia encharcado todo o piso da casa em menos de três horas - um feito digno de Samara Morgan.
Com quase quatro horas de ataque, consegui me recompor. Não fosse meu pai, acho que teria desidratado. Ninguém mais poderia me acalmar como ele.

É por isso que adoro meu pai.
Só ele sabe olhar pro meu rosto e descobrir o que eu quero ouvir.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

josé amaro.

"Se eu não disser nada,
como é que eu vou saber
onde fica a chave
do mistério de viver?"
Adriana Calcanhoto
Tema de Alice

Apesar de não acreditar em Deus, nem em vida após a morte, ou céu e inferno, gosto de pensar que o você sente quando eu penso no senhor. Ou que nos rodeia... Não sei bem explicar. É só algo que me reconforta um pouco. Talvez um dia eu tente explicar.

Já se foram quatro anos, seu Zé... E eu ainda sinto sua falta.
Queria ter tido tempo de agradecê-lo. Queria ter tido a gratidão para isso, quando tive tempo. Me arrependo muito de não ter passado mais tempo com você. Afinal, grande parte da mulher que eu sou hoje se deve ao senhor, mesmo que eu tenha demorado muito para perceber. Me ensinou a ouvir, a não incomodar, a baixar a voz para falar, pedir com educação... Sempre rígido, mas sem nunca perder a ternura. Depois de cada briguinha idiota por causa do meu som alto, vinha de fininho e me apertava em uma abraço carinhoso. Quase me estrangulava, mas eu não me importava. Era assim que eu sabia que estávamos em paz outra vez.
Eu devia ter percebido que meu avô não era eterno... Mas o senhor parecia tão imponente aos meus olhos, que eu achei que o câncer, a químio e a rádioterapia eram só mais um obstáculo. Achei que era só uma questão de tempo até o senhor assar uma costela, comemorando o final de mais essa fase. Infelizmente, aquele almoço não veio...
A casa fica tão vazia sem o senhor! Ninguém perambulando entre o porão e a mesa da garagem, inventando outra gambiarra geniosa. Ninguém sentado na cadeira logo ao lado da janela na cozinha, posição estratégica do patriarca da casa para ver televisão. Ninguém ouvindo vanerão, comprando pão de queijo quase todo o dia, dando frutas pros cachorros, chupando balas de café a tarde toda. Brigando comigo quando dormia depois das dez da manhã.
Não que eu não adore meu pai, minha vó, e mais recentemente meus tios e minha prima... Mas simplesmente não é a mesma coisa!
Ai, ai, vô... Que saudade da tua risada, dos teus bordões, como o tal do "eeeexcelenteee!" nos almoços de domingo! Saudade da teimosia (odiou quando meu pai comprou uma pincher, chamava ela de rato, mas na primeira oportunidade começou a carregá-la pra cima e pra baixo, mimar e fazer carinho), da tua rigidez (ai de mim se não fizesse a cama de manhã) e da tua fibra. Obrigada por ter lutado contra tanta coisa pela nossa família.
Sinto saudades. Todos nós sentimos. Mas acho que eu sou a mais propensa a surtos tão intensos como esse.
Muita coisa está acontecendo conosco. Estou fazendo UFPR - não fui muito bem no primeiro ano, mas vou recuperar no segundo. E seria ótimo se o senhor pudesse estar aqui para brincar com a Júlia. Ela é uma menina linda, inteligente, que sabe ser gentil e fala muitas coisas engraçadas. Além disso vem o Joãozinho por aí, o seu terceiro neto, mas primeiro menino, que vai nascer logo. Ah, e tem a Lilica, uma cachorrinha fofa que a tia adotou (ia ser a mesma novela que foi com a Guiga, aposto). Sem contar as reformas da casa: a nova pintura ficou mais suave, e tiramos o carpete. Acho que o senhor ia gostar... Menos do dia em que eu roubei o espelho da sala pra colocar no meu quarto.

Eu lamento ter me desviado tanto na sua ausência. Era bom ter mais um ponto de apoio, além do meu pai por aqui.
Daqui em diante vou procurar me lembrar mais vezes de ser uma pessoa boa e esforçada, como você sempre nos incentivou a ser.

O senhor se orgulharia.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

2010.

Começei o ano com o pé direito.
Ano Novo desafiando a moral e os bons costumes. Até mesmo a lei, em certa altura, na companhia do amor da minha vida. Assistir os fogos de artifício, beijos ao som da primeira champagne aberta. Promessas, carinhos. Dormir com o cheirinho dele, meus braços ao seu redor - no chão da sala, mas, quem se importa?
Mudanças no horizonte. Afinal, janeiro ainda é o começo: só a primeira das doze partes do ano.
Tomei atitudes quanto a problemas antigos. Aprendi a separar o joio do trigo, boas companhias das más... Me afastar de confusão. Dar crédito a quem pode se provar capaz. Abrir meu coração. Não engolir mágoa. Ser mais sincera - se é possível.
Prometo me esforçar. Não desistir do que é difícil. Não abusar do que é bom. Traçar limites, deveres.
2010 também me promete algo.