"Há noites que não posso dormir de remorso
por tudo o que deixei de cometer."
por tudo o que deixei de cometer."
Mário Quintana
Mais um devaneio, só pra variar. E há ainda quem pensava que este blog algum dia viria a ser útil!Recebi a notícia de que minhas aulas na faculdade seriam canceladas até dia 10 de agosto. A decisão abrange todas as unidades da UFPR no estado, devido ao aumento do número de casos de jovens e adultos atingidos pela formalmente conhecida gripe H1N1 (gripe suína, para os conhecidos mais íntimos).
O problema é... Exelente. Ganhamos dez dias. Mas, no que eles realmente ajudam? Curar todos os doentes e erradicar a peste em dez dias? Acho que não.
Uma breve conversa com meu pai me levou à uma visão absurda e apocalíptica. Não, fiquem sossegados, não sou médium nem nada. Pelo menos não que saiba. A idéia me entrou na cabeça como se fosse um roteiro de filme. Talvez eu aproveite estes dez dias para escrevê-lo, nem que seja em curta-metragem.
Em meu devaneio, tomava banho para uma sexta-feira normal de férias. Me trocava, maqueava, e, por fim, vestia uma máscara cirúrgica. Saía para a sala, afim de pedir para meu pai abrir o portão e: tanã! Ele usava o mesmo acessório.
Saindo pela rua, nenhuma alma-viva. O clima cinzento de inverno parecia pior do que nunca, quase negro. Dentro do ônibus, mais vazio que o usual, todos com as mesmas máscaras brancas.
Chegando à praça onde usualmente encontrava meus amigos, más-notícias: óbito de alguém que conhecia pouco. "Vamos ao funeral?", alguém dizia. "Não sei, o que vocês acham? Na volta podemos sair para beber".
Junto do povo, começamos a andar pela rua. No caminho, cortejo fúnebre passando pela rua vazia. Pouca gente se atrevia a ir a enterros, então apenas dois carros seguiam o caixão.
Paramos para comprar qualquer besteira em uma banca. Numa pequena televisão, um homem de terno era entrevistado: falava sobre a crise econômica acarretada pelo adiamento de todas as funções. Funcionários obrigados a trabalhar neste período de pandemia tinham motivo o suficiente para processar os patrões - o pânico atingia a todos, uma vez que os remédios faziam pouco efeito diante do virús.
Agora imaginem que entrou o comercial e sua mãe decidiu mudar de canal para assistir a novela. Fim de história, sem direito a reprise para saber o final!
E não vale me xingar!
Vou guardar o meu trunfo para caso decida realmente escrever isso.
Mas confio que ninguém venha a roubar minha pobre idéia - poucas almas-vivas lêem este blog. '~'