quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

não deu.

Não deu pra manter convicções falidas, nem ouvir amigos que falam mal por bem.
Não deu pra erguer a cabeça e cair fora. Não deu pra desistir. Não deu pra não perceber.
Também não deu pra não escrever.

Segunda-feira com ar de despedida. Nem mesmo o sol continuava no céu - ele dava o ar de sua graça por alguns segundos e então acenava adeus, ao ser encoberto por núvens cinzentas.
Desci do ônibus com o coração na mão. Estava pronta para o que quer que acontecesse. O fim de semana fôra frustrado. Tristonho, assim como a paisagem.
No começo, não aceitei o engano. Convencia-me de que estava certa. Erro de julgamento que cometo quase sempre. Chegaria lá, pegaria o que era meu. Com um beijo na face, me afastaria, olhos marejados de lágrimas. Esperaria um chamado. Um grito. Um abraço, que com certeza não viria. Um beijo intenso. Um pedido para que voltasse. Ilusões, ilusões... Mas, de que outra forma conseguiria aguentar chegar até lá, senão me agarrando a sonhos de filmes românticos?
Enfim, desci do ônibus. Ao ouvir a porta fechar-se atrás de mim, senti também o destino sair de minhas mãos. Não dependia mais de mim.
Entrei na casa, que até então não conhecia. Sequer sabia o que esperar atrás da porta, que se dirá então do que aconteceria ao atravessa-la?
Nos sentamos, distantes. A principio, lado a lado, depois, cada um deitado em um colchão, assistindo televisão. Globo durante a tarde - a mesma grande bosta de sempre.
Conversando sobre trivialidades, do tipo "então, dormiu bem essa noite?". Resposta óbvia: "não". Havia passado horas e horas em claro, pensando naquele momento, que parecia tão artificial. Era impossível estarmos no mesmo cômodo sem que eu pudesse olha-lo direito. Sem poder tocâ-lo... Até respirar doía, pelas fisgadas de angústia no estômago. Sem contar a maldita cólica que me afligia.
Até que ele dormiu...
Disse firmemente para mim: "estou cansada, vou embora". Pensei em sair à francesa, mas desistir nunca foi uma opção. Naquele dia eu descobri. O baque de realidade me fez abandonar todas as certezas e convicções. Estava errada e ponto final. Não importa se só no fim do capítulo, ou se na história inteira. Enfim, era hora de estar certa. Fazer algo certo.
Tudo por aquele rosto tranquilo, a apenas um metro de distância de mim... A luta comigo mesma para evitar tomá-lo em meus braços levou-me às lágrimas diversas vezes, enquanto ele apenas respirava...
Enfim, quando acordou, ordenei que me desse um espaço ao seu lado. Fez graça. Chamou-me de mandona. Sorri tristemente. Meu poder acabava ali. Não podia ordenar que me beijasse... Encolhi-me em seu ombro, abraçando-o. Nenhum outro toque jamais pareceu tão certo, senão aquele: minha cabeça em seu peito, enquanto o abraçava... Ficávamos assim desde o primeiro dia. Quantas vezes eu havia dormido ouvindo o seu respirar, sentindo o seu calor...
Depois de relutar, abraçou-me também, acariciando meus cabelos, meu pescoço, enquanto eu estremecia. Naquele momento, pude perceber que ele prendia a respiração. Me queria tanto naquele abraço quanto eu mesma.
Lentamente, puxei seu rosto para mais perto do meu. Escondi-me em seu pescoço, vacilante até quanto a respirar. Sem oferecer resistência, entregou-se à guia, sabendo exatamente o destino. Aquele beijo, quase tímido. Beijo cheio de promessas e de mudanças. Afinal, eu havia mudado e prometido.
Nunca mais deixarei nada interferir entre nós dóis além de nós mesmos.
Ainda vou te convencer disso. Palavra de quem te ama, G.
Afinal, você é meu vício mais irremediável, e meu remédio mais viciante.

Você ainda vai me perdoar. Prometo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

abandono.

Precisei ter um descontrole emocional de nivel assustador para perceber que precisava mudar de atitude e voltar a ser quem era.
Peço desculpas a quem magoei no caminho.
É dificil olhar para trás e ignorar as dores da jornada. Tentei guarda-las para mim, mas acabaram escapando, junto com as lágrimas que derramei por três horas seguidas, sem saber sequer porque ainda chorava.
Prometo buscar ajuda.
Prometo ajudar a mim mesma.
Prometo voltar a sorrir sem medos.

Até lá, o blog fica abandonado. Afinal, para escrever, remoo todos meus temores, o que não tem me ajudado.
Quem sabe um sabe um dia eu não retorne com um humor menos sombrio?

Por agora, o céu azul me garante paz, nem que seja por algumas horas.