quinta-feira, 27 de agosto de 2009

inércia.

Pois é. Mês complicado, semana estranha. Aquela sensação esquisita na boca do estômago de que tudo tende a ir ralo abaixo, não importa o quando você se esforce.
Não sei se eu sou burra por sofrer antecipadamente por planos frustrados, ou por fazer tantos planos absurdos. Há ainda a possibilidade de ser burra por imaginar e não correr atrás.
Nunca fui uma criatura muito esforçada. Na escola, não fazia tarefa. No terceirão, dormia na aula. Na faculdade, não estudo muito. Saia (e continuo saindo) todo fim-de-semana. Lógicamente, conquistava uma ou outra coisa, mas nada comparado ao que poderia ter se me empenhasse...
Na verdade, isso é algo que me frustra muito. Essa tendência de permanecer no mesmo ritmo, que parece me afetar mais do que ao resto do mundo. Essa inércia, que às vezes me impede de agir. Sempre acima da média, mais por sorte do que vontade... Mas não muito acima. Nunca muito acima.
Isso aí. Tenho feito um trabalho quase de osmose pra fazer isso entrar na cabeça. Quando acordo, a frase escrita no espelho com caneta preta me diz para estudar, arrumar o quarto, ligar para a mãe... A mesma coisa com caneta azul na agenda, caneta laranja colada no monitor do computador, nos dias de mais desespero, caneta roxa no ante-braço (cubro-o inteiro, só por garantia).
Não funciona todos os dias, mas em alguns até que dá certo.
Hoje, por exemplo, fiz faxina. E não morri depois disso!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

the lost room.

Acabo de assistir o primeiro episódio de uma série do Sci Fi Channel. Chama-se "The Lost Room" (O Quarto Perdido, em uma tradução literal do inglês). Sinceramente me deprimi pelo fato de que ela não foi legendada ainda pelo canal para ser transmitida ao Brasil (aham, tive que usar o meu método não-oficial para assistir).
Pois bem. A série é curta, tem cinco episódios (três transmitidos pela tv paga americana e outros dois que só foram descobertos por quem comprou o dvd), e foi disponibilizada para download na internet. Aaah, como eu amo os avanços tecnólogicos! Santos hard drives que armazenam programas inteiros! Como eu já disse antes, longa vida ao compartilhamento gratuito de cultura! Mas, enfim. Deixemos isso de lado, já passei por esta discussão mais de uma vez por aqui.
O fato é que adorei a série. O Sci Fi normalmente não cria grandíssimas produções (que o diga aqueles filmes asquerosos deles), mas nessa eles capricharam. A começar pelo elenco, escalado de várias outras séries que quem tem tv a cabo já acabou por assistir: "Dirty Sexy Money" (Peter Krause), "True Blood" (Chris Bauer), "Família Soprano" (Julianna Margulies), entre outros rostos conhecidos.
Logo seguido disso, vem o enredo: imagine uma chave que abre absolutamente qualquer porta, levando o portador a um quarto de motel vazio. Uma vez lá dentro ele pode, simplesmente abrindo a porta pela qual entrou, ser transportado para qualquer outra porta no mundo! Não lembra um pouquinho os espelhos de Alice ou os guarda-roupas de Nárnia?
Enfim. Conforme o episódio flui, o espectador descobre um mundo de objetos estranhos, cada um com habilidades diferentes - uns mais úteis, outros menos. Para listar apenas alguns, temos um relógio de pulso que cozinha ovos, um cartão de ônibus que faz pessoas desaparecerem, uma caneta que queima quem é tocado por ela, um guarda-chuva que faz com que todos ao redor pensem conhecer o dono, um lápis que faz aparecerem moedas... E por aí vai. Não lembra um pouquinho Harry Potter?
O protagonista, Joe Miller (Peter Krause), é um detetive que, num dia normal de trabalho descobre a existência de um destes artefatos - a chave, mais exatamente. Enquanto isso, disputa com a ex-esposa a guarda da filha, Anna (Elle Fanning), com quem vive no momento. Mas, como nada é perfeito, um contratempo ocorre e ele tem que aprender a usar os objetos e combiná-los para descobrir mais poderes absurdos.
Daí pra frente vira spoiler se eu contar, então, deixo a dica por aqui!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

delírio.

"Me leva pra sair,
Que só te ouvir falar já me faz tão bem
Com você qualquer lugar é a minha casa!"
Me leva pra sair
Dance of Days
Claro que sempre fiz planos. Queria entrar na faculdade, tirar carteira de motorista, fazer estágio, me formar, arranjar um trabalho, me mudar, viajar para outro país... Coisas que eu faria sozinha, e somente por mim.
Eu não esperava companhia. Talvez por ser filha única. Talvez por não ter um só amigo de infância. Ne naquela época alguém me suportava por muito tempo. Tive namorados, a maioria por curtos períodos, a maioria dos términos causados direta ou indiretamente por mim mesma. Me julgava incapaz de atingir felicidade em um relacionamento amoroso.
Até o momento em que senti que um trem havia me atropelado, despedaçando tudo em que eu acreditava. Aliás, não um trem - um rapaz.
De repente, ele me despertou delírios dos quais eu nunca havia sido capaz. Jamais me imaginei cozinhando, ou lavando a louça de um jantar. Procurando uma casa com alguém, mobiliando-a. Sentando no sofá depois de um dia ruim e desabafando, depois de um dia feliz e contando meus progressos. Discutindo que raça de cachorro gostaríamos de ter. Porque este tipo de sonho, senhoras, senhores e senhoritas, não faz sentido sem que se veja o rosto de quem está nele.
Eu sei que na hora, quando ele me perguntou, não admiti. Porque sempre tenho medo de assustar aos outros com meus pensamentos. Me apavora a idéia de que ele fuja com essas bobeirinhas que passam pela minha cabeça...
Que bom que ele não seja assim.
Algum dia vou lhe contar tudo, e com detalhes.
***
Estou absurdamente chata. Se não fechasse a janela do quarto, abelhas entrariam e se grudariam ao meu humor melequento de tão doce.
Aconselho a quem não quiser aguentar uma garota na tpm, que se afaste por esta semana.
Última consideração do post: três meses de namoro!
Sinceramente não sei como ele aguenta o meu maior defeito, que é o de não ver meus defeitos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ibomb.

Uma vez um amigo me disse que se recusou a comprar um iPhone porque soube sobre um caso em que o aparelho explodiu. Sinceramente, achei absurdo. Pensei que era só mais uma desculpa infantil daqueles que não têm grana e não querem admitir.
Pois bem. Imaginem a minha reação ao dar de cara com isso em um site de notícias?!
Com a pulga atrás da orelha, digitei algumas palavrinhas no Google e a mágica aconteceu. Só na primeira página, me dei de cara com vários acontecimentos altamente relevantes e intrigantes em relação à novíssima função bomba criada pela Apple (que a empresa tem tentado abafar, por sinal).

Para mais informações, leiam as páginas que linkei. Lá os fatos estão considerávelmente menos resumidos que aqui.
O primeiro caso (aquele no qual não acreditei) aconteceu no Reino Unido (mais exatamente em Liverpool). O iPod Toutch de uma garota de 11 anos superaqueceu, começou a fazer um som estranho. Assustado, o pai dela o atirou porta-afora. Estouros, fumaça, e, então, o troço voou alguns metros no ar. Li isso nesta página do clicRBS.
O mesmo aparelho da marca também explodiu no bolso de um garoto, em Ohio, como trás nesta matéria a PCMagazine. Causou queimaduras de segundo grau na criatura e arrebentou sua calça.
Agora, sobre iPhones. Dois casos franceses, envolvendo rapazes de 18 anos. Na cidade de Aix-en-Provence, o celular fez boom durante uma chamada telefônica anos para a namorada. O rosto dele ficou cheio de estilhações da tela, conforme reportado aqui pelo site IOnline. O outro, noticiado pela eBand (leia mais aqui): o cara ouviu o aparelho dar estalidos e depois o viu rachar-se ao meio. Como resultado, pedaços da tela o atingiram no olho. Até agora não sei o que aconteceu com a visão dele.
O Terra Tecnologia narrou bem aqui o caso de outro deles explodindo durante um desbloqueio. Bom, este não tem fatos tão concretos (nem sei em que parte do mundo), já que a fonte original era um fórum de hackers. Ao abrir a capinha metálica, muita fumaça começou a sair. O dono, tentando resgatar o pobre carésimo aparelho queimou os dedos.
E, para encerrar, notícia da Folha Online, nesta página aqui. Acho que este foi o acontecimento da pesquisa que mais me chocou, apesar de não ter vítimas. O dono do iPhone (sem idade divulgada, lamento, pessoal) deixou ele em standby, dentro do carro. Saiu do veículo e, ao voltar, encontrou-o em chamas! Resultado: o banco do carona foi destruído.

Se antes eu queria um iPod, desisti. Sem dúvidas disso.

Aliás, saindo completamente do assunto... Não é que eu estou adorando isso de transformar o blog em algo útil?! Acabei me deparando com outras coisas divertidas, ao pensar no que escrever aqui. =]

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

lua cheia.

Post dedicado à quebrar as pernas de todos aqueles que estavam celebrando, pensando que a Mila finalmente ia transformar o blog em um espaço útil! Uhul! Da-lhe romantismo de quinta categoria!

Alimentados pelos suspiros dos adormecidos. Enquanto pairam diante do firmamento, espessos flocos de sonhos brancos dançam uma valsa, orquestrada pela mais estonteante maestra que um dia veio a existir. Estes, capturados por sua beleza, perdem a noção do tempo, se tornam adorno e palco do espetáculo. Ela, por sua vez, reina serena. Branca e distante, sabendo de todo seu poder, atiça, provoca. Inatingível, zomba de mim, pequena criatura, sentada em uma calçada a observá-la. Insignificante perto de sua magnitude. Não me irrito - aproveito o prazer que me trás o mero relance de seu brilho.
De crescente à cheia, minuto após minuto, revela-se mais um pouco. Até mesmo o mar, o mais traiçoeiro dos amantes, conquistou. A cada centímetro desnudado, o provoca mais um pouco. Diríge-o à loucura, em dias como estes, nos quais se mostra por inteiro. Brinca com as plumas presentes em seu camarim, por segundos se escondendo, apenas para aparecer mais uma vez. Ansioso, ele espera, volve e revolve, implorando-lhe por mais tempo.
Sob seu poder, é fácil compreender porque os lobos se esforçam tanto para entoar canções madrugada adentro. Esperam que o som de suas vozes a atinja, e que ela os ame com a mesma reciprocidade. Mas ela não ouve, ou finge ignorá-los, para que não parem de cantar.
Depois de seu auge, mingua até quase desaparecer, deixa os admiradores em polvorosa. Todos a esperar sua volta.
Dela as mulheres aprenderam a arte de seduzir. Pena não chegarem perto de sua imponência. Afinal, todos esposos, em algum momento, erguem seus olhos a ela.

No entanto, não consigo deixar de me perguntar se ela mesma já amou...
Deve ser frio lá em cima.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

download.

Normalmente, não gosto de fazer dois posts por dia, ou escrever sobre notícias - vivo no mundo da lua, e quase tudo que sei, descubro por conversas desatualizadas com os amigos. Daí não tem graça.
No entanto, hoje, decidi ocupar meu tempo vago me atualizando, procurando curiosidades e tudo o mais que gosto de ler. Coisas engraçadas e irônicas, principalmente.
Pois bem. Lá estava eu, fuxicando a sessão de tecnologia do Terra, quando encontrei a seguinte notícia:
Um estudante da Universidade de Boston (EUA) foi condenado por um tribunal por ter baixado 30 músicas na internet, e em seguida compartilhá-las na web! O cara, de 25 anos, faz doutorado em Física (além de tudo, é inteligente a criatura!), e vai ter que pagar 22,5 mil doláres por cada música baixada - o valor máximo a que ele poderia ser submetido era de 152 mil dólares/música, o que torna a sua punição relativamente suave.
O rapaz não chegou a negar as acusações, mas ficou claramente decepcionado com o processo.
O que me lembra: semana passada, baixei mais da metade da discografia do Joy Division, um cd do Happy Mondays, mais alguns das Velhas Virgens e as três partes da trilha sonora de Grey's Anatomy. Tenho centenas de discos completos em formato mp3, de vários artistas.
Imagine se decidissem me processar? Se decidissem processar a grande maioria dos cidadões com acesso à internet no mundo? Tava tudo ferrado.
Aposto como até o juiz que puniu o pobre rapaz tem seus cdzinhos da Hannah Montana salvos no computador.

O mundo está mudando, e a forma de se vender cultura não tem conseguido acompanhar.
Minha dúvida é: "será mesmo justo vender cultura?". E a questão se estende para "será mesmo justo vender qualquer coisa?".
Sinceramente, não tenho nenhuma idéia de como responder. Também não sei se, vivendo nesta sociedade, conseguirei chegar a uma solução.
Até lá, vou aumentando a quantidade de gigas cheios de música no meu computadorzinho.

Yeah, vivemos todos fora da lei!

agosto.

Enfim, chegamos a agosto.
Me lembro claramente de que foi pelas proximidades deste mês, que, no ano anterior, me revoltei e mandei tudo às favas. Decidi fazer só o que quisesse, onde e com quem me agradasse. Resultado: independência, com direito a efeitos colaterais e tudo.
O que era para ser uma fase de libertação se tornou um costume.
Experimentei coisas novas, das quais agora não consigo me livrar. Um ano de vícios.

Enfim. Agosto após agosto, decidi dar mais uma guinada em minha vida. Vou me tornar uma moça responsável. Alguém que saiba usar a inteligência de forma melhor.
Sempre me julguei uma pessoa esperta. O que me leva a agir tão impulsivamente, então?
Prometo pensar mais. E ponto final.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

teoria do amor.

"Durante um jogo de tênis:
- Estamos perdendo tempo! Saque de uma vez!
- Isso é ridiculo! Como se pode perder algo que não existe?
- Tempo não existe? Desde quando?
- Eu não sei. Sem tempo não existe "quando".
- Ouviu essa, Liebknecht? Mais uma teoria maluca!
- Defina o tempo exato agora. Viu? Não dá! Enquanto você define o futuro vira passado, portanto não há presente, e o tempo não existe!
Um senhor faz a bola ficar presa em uma árvore. Outro atira sua raquete para o alto, esta fica presa também. O terceiro repete o feito do segundo.
- Agora é a sua raquete que não existe...
"
Teoria do Amor
Fred Schepisi
Estou aproveitando o beneficio de poder gravar a programação da Sky ao máximo! Escrevo este post assistindo ao filme de onde copiei o diálogo.
Teoria do Amor é um filme de 1994, dirigido por Fred Schepisi. Nele, um mecânico se apaixona a primeira vista por uma linda moça, e decide se esforçar para conquistá-la. Para isso, passa a contar com a ajuda de um exêntrico personagem: Albert Einstein!
A obra em geral é cômica, mas ainda assim consegue trazer e discutir conceitos como tempo, velocidade, luz, o universo. Além do mais, outro sucesso do filme é a irreverência - alguém consegue imaginar Einstein em uma motocicleta? Tomando café com os amigos, ajudando um rapaz a se dar bem com sua sobrinha?
Muita gente não gosta de romances, então não insistirei muito nessa tecla. Como ainda não terminei de assistir, encerro o post por aqui neste inicio de madrugada e, talvez outro dia, escreva uma resenha mais merecida.
Enfiim... Buenas noches.

Editado em 03/08, às 23h57min: O filme foi regular. Acho que a idéia de se ter um cientista exêntrico como Einstein poderia ter sido melhor utilizada. Além do mais, a trama é surreal, como a maioria dos romances. A moçinha muda de idéia de repente, sem nenhuma razão muito aparente, mas, tudo bem - aceito o fato de que ela é instável tanto quanto eu mesma sou. É um passatempo bom para gente que não passa mal com muito açúcar.
Não fossem os personagens Einstein, Podolsky, Gödel e Liebknecht, definitivamente, a obra seria um fracasso.