sexta-feira, 30 de outubro de 2009

consolo.

Escrevi isso há uma semana, mas não postei porque achei bem-humorado demais pro meu estado de ânimo no dia... Como estou mais risonha agora, vou liberar.
Tem direito até a emoticon hoje. =]

Simplesmente morro de raiva quando as pessoas tentam me consolar, por mais nobres que sejam as suas intençoes. Acho que é por isso que pareço indiferente à dor dos outros - não me movo. Faço de conta que nada aconteceu. Não toco no assunto e ponto final. Uma hora passa, pra quê discutir mais que isso?
Contei para minha mãe do término do namoro que mais me deixou esperançosa em toda minha vida. Depois de quase uma hora suportando minha querida mãe, que sempre se opõe a mim nesse tipo de pensamento, decidi fazer uma lista de coisas que não quero ouvir. Nunca. Não importa de quem, não importa porque.

  • "Não é o fim do mundo!"
  • Não importa se não é, por mais que eu o saiba. A última coisa com que quero me preocupar agora é guerra, aquecimento global, poluição...
    • "Calma, não é como se alguém tivesse morrido..."
    Tudo que eu precisava pra me animar: um cadáver! Yayyy...!
    • "Vocês ainda podem ser amigos."
    Eu namorava com ele. Amizade é como ser rebaixada de gerente pra faxineira.
    • "Ele nem era tudo isso."
    Ótimo. Faz parecer que joguei todo esse tempo no lixo, que namorei com um inútil. Essa é a que me dá mais raiva.
    • "Vai ser melhor daqui pra frente."
    Claro... Antes eu tinha um namorado. Lindo, charmoso e engraçado. Agora eu tenho chocolate. Aham... Até parece.
    • "Ele não te merecia."
    Avisa antes que eu me envolva, da próxima vez.
    • "Você arranja alguém melhor."
    Desafio: encontre alguém melhor. Tá foda achar até um ruinzinho simpático...
    • "Vai ver, não era pra dar certo."
    Se eu acreditasse em destino, talvez engolisse. Mas como não acredito...
    • "Antes agora do que daqui há alguns anos."
    Não tenho ironias pra essa. Só acho deprimente que digam.

    Não quer que alguém como eu te odeie quando tentar ajudar a melhorar?
    Leve pra sair, conte uma piada. Pague uma bebida. Fale sobre o clima, que seja, mas não encoste na ferida, $#*%@&!

    quarta-feira, 28 de outubro de 2009

    cacos.

    "Carlos, sossegue, o amor
    é isso que você está vendo:
    hoje beija, amanhã não beija,
    depois de amanhã é domingo,
    e segunda feira ninguém sabe
    o que será.
    "
    Não se Mate
    Carlos Drummond de Andrade
    Achei que havia me conformado, mas ainda estou em negação. A fisgada no estômago quando lembro do que foi e do que não será acaba com qualquer dúvida.
    A dor passou... Sobrou o vazio da saudade, que preencho com xícaras e mais xícaras de café.
    Não sei mais o que é pior. Prometo não mais buscar culpados para o assassinato de uma relação.
    Será que já me esqueceu?

    segunda-feira, 26 de outubro de 2009

    anestesia.

    Senti vontade de magoar.
    Não apenas fazer doer. Destruir. Causar uma cicatriz. Afinal, o universo não é justo. Porque eu deveria ser?
    A verdade é que só queria sentir. Não mais estar indiferente.
    Não deu certo nem errado. Nem contentamento, nem pesar por você.

    Só por mim. Quando decidi me rebaixar assim?
    Justo eu que queria ser superior...

    Onde fui parar?

    sábado, 24 de outubro de 2009

    sabores.

    "Tudo que eu sempre te dei
    quando você quis que eu desse,
    tudo que eu sempre te dei foi dor
    e um olhar à distância.
    Tudo que eu sempre te dei
    quando você quis que eu desse,
    tudo que eu sempre te dei foi pesar.
    Você está doente até os dentes?
    "
    What did I ever give you
    Kaiser Chiefs

    Corram e peguem suas colheres! Um mundo de sabores os aguarda! Basta abrir a janela e sentir o gosto da brisa! Lamba o que quiser. Um poste te agrada? Morda-o!
    Aproveite tudo que puder sentir. Cada cheiro, cada gosto.
    Para mim já tanto faz.
    Estou amarga mesmo.

    ***

    Cada vez que algo sai errado, morro de medo.
    Cada vez que morro de medo, ponho os pés pelas mãos. Quero parecer o que não sou.
    Cada vez que visto uma máscara, magoo alguém. Meço mal as palavras. Faço escândalo.
    Se serve de algum consolo, magoo a mim mesma.
    Mas, pelo menos, com a dor que me causo, consigo conviver.
    Eu tento. Juro que tento. Mas não sabia que a punhalada que me deste tinha sido tão profunda. Eu, que não confio em mim, confiei em você.
    E agora, o que me resta?

    Nem eu sei ao certo o que isso deve significar.
    Talvez seja melhor mesmo ficar distante.

    ***

    Se alguém me odeia por ser fraca sou eu mesma.
    E o pior de tudo é que sei exatamente a intensidade dessa minha fúria.

    quinta-feira, 22 de outubro de 2009

    remendo.

    Não sei se é paranóia minha e na verdade, não quero descobrir.
    Já enterrei tudo que se passou. Mas, ainda assim...
    Nós duas não conseguimos ser felizes ao mesmo tempo.
    Espero que essa agulhada doa no seu peito.

    ***

    O prazo para confissões e pedidos de desculpas expirou no dia vinte de outubro. Não adianta nem tentar.
    Agora fodam-se, mentirosos, vadias e vermes.
    Mesmo que eu não saiba quem são vocês, escória.

    ***

    Retalhos de pensamentos interligados por uma mente doentia.

    ***

    Em minha experiência, posso dizer que existem dois tipos de ciumentos:
    1. Aqueles de confiança nula; não acreditam que você (segundo a mente distorcida deles) consiga ficar com ele e ser fiel. Chama-se também insegurança. São aqueles que te irritam e acabam te induzindo à traição.
    2. Aqueles de passado negro; não acreditam em quantas garotas já fizeram de otárias. Duvidam que qualquer ser humano possa ser diferente. Por mais canalhas, são aqueles que você mais ama. Têm mel, os infelizes.
    Mas eu ainda acredito que eles têm salvação.

    dois pontos.

    Os primeiros minutos naquela sala se arrastavam. O clima estranho pesava em cima dos ombros. Sentei no sofá. Falamos de tudo, menos do que importava, para tentar discontrair. Quando percebi, disputávamos as almofadas, exatamente como nas outras vezes em que estivemos ali.
    Não demorou para que elas começassem a voar. Sem me virar, vi uma delas passar bem ao lado de minha cabeça. Almejou um vaso, ao lado da televisão. Em seguida o barulho de vidro atingindo o chão. Cacos por todo o lado. Paralisei-me. Perdi a respiração. Até rirmos novamente.
    Quando percebi, estava sentada no chão ao seu lado. Brigávamos como crianças, ao tentar fazer cócegas um no outro, sorrisos bobos. Como se os últimos quatro dias não houvessem existido.
    De repente, me encarava diretamente nos olhos. Menos de um palmo separava os narizes. Mais uma vez perdi o ar. Lembrei-me de como seu corpo parecia quente, junto ao meu. Estremeci. Seus olhos, tão lindos me encaravam, indecisos entre o verde e o castanho diante do sol da tarde.
    O que pareceu uma eternidade precedeu o beijo.

    Jamais me esqueci de como era bom poder abraçá-lo, como se fosse feito sob medida para mim, poder beijá-lo.
    Mas, de repente... Pareceu melhor do que jamais foi.
    E os cacos foram esquecidos até a hora em que peguei minha bolsa.
    Não percebi, mas acho que saltitei pela rua.

    Adicionando mais dois pontos ao ponto final, conseguimos uma reticência.
    Continuidade implícita. Melhor deixar a imaginação voar.

    E pensar que o mundo havia parado para mim por quatro dias...

    segunda-feira, 19 de outubro de 2009

    ponto final.

    A verdade é que não disse tudo que queria. Não conseguiria por em palavras tudo aquilo que passou na minha cabeça. E depois de escrever isso, sei que vou pensar em muito mais no que dizer, e sempre vão haver lacunas a serem preenchidas.
    Eu sei que sou patética, mas não escrevo isso com a intenção de que você mude de idéia. Talvez com um pouquinho de esperança, mas isso não vem ao caso.
    Dói demais. A fisgada no estômago ao te ver chegar. O desconforto por estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo. E pensar que há alguns dias apenas eu fazia planos... Cada pequeno edifício me dizendo "olha, esse parece bom, não deve ser caro. Pequeno, mas quem se importa? É longe, mas mesmo duas horas de ônibus compensariam para poder chegar em casa". Por que casa virou sinônimo de "com você".
    Não me distraio por mais de cinco minutos. Sempre volto ao mesmo ponto. Sempre lembro das mesmas coisas. Acho que eu tentei me mostrar forte ao ficar com aquele garoto, mas passei da medida. Admito. Pensando bem, acabou sendo um teste. Fui egoísta e acabei machucando tudo ao meu redor. Gente que nem tinha nada a ver com essa nossa história. Acho que já recebi meu troco.
    Quando eu estava nervosa e despejei tudo aquilo na sua cara, o meu maior medo não era um tapa. Eu conheço o seu temperamento, e sabia do risco que sofria, mesmo sendo uma criaturinha medrosa. Até me surpreendi comigo mesma.
    O meu maior medo era te ofender mais do que pretendia. E, de certa forma, também era minha maior vontade.
    E, eu sei que você teme ser como o seu pai, mas ter algo a evitar já não diz algo sobre você mesmo? O seu remorso não é mensagem o suficiente para te dizer o que é certo e é errado? Todo mundo tem seus momentos desfreados. Nada do que você faça neles vai mudar o rapaz que conheci quando eu deitava no seu ombro, de mãos dadas, falando besteira, ou naquele ônibus amarelo com portas assobiantes.
    Só que a verdade é que não cheguei a te conhecer por completo. Nunca consegui transpassar algumas das barreiras que você me impôs. Parte por não tentar o suficiente, parte por não ser bem-vinda. Achei que com o tempo você se abriria mais; me enganei um pouco. Me pergunto se isso teria mudado alguma coisa.
    Aliás, me pergunto se várias coisas não teriam mudado algo, por mais mínimo que fosse. Havia algo na sexta que eu pudesse dizer que te fizesse mudar de idéia...? Mesmo sabendo que não, ainda me pergunto.
    Então, só pra terminar o que eu realmente precisava te dizer até esse momento, lá vai o que eu queria ter dito desde o começo dessa grande piada sem graça:
    Sem querer parecer implorar - diferentemente do que parece - você saibe como me encontrar, e eu acho que ainda vou demorar um pouco a parar de tremer toda vez que lembro da gente. Eu diria que não sei se consigo esperar tempo o suficiente, mas, o que sinto não se mede em dias nem meses. Além do mais, e se tempo suficiente for tempo nenhum...?
    Sou burra e iludida, não precisa nem dizer; o problema é que essa esperançinha boba é o que me faz querer respirar.
    Eu não vou desaparecer. Não vou ignorar o que passamos juntos, nem a pessoa que você é, e, por isso, não conseguiria nem que quisesse ter raiva de você. Mesmo achando que um pouco você merecesse.
    No mais, espero que você fique bem. Mentira, espero que você morra de saudades de mim. Mas acho que a primeira opção fica mais bonita para se dizer, né?
    Se for mesmo pra ser, que você seja feliz. Que resolva seus problemas pessoais, se esse for o custo para você encontrar outra garota absurdamente aleatória e irritante que você odeia, acabe se apaixonando e a faça feliz como, apesar dos maus momentos, você me fez.
    De todo esse tempo, saiba que só contaram como essenciais para mim aqueles entre quinze de maio e quinze de outubro.

    E, só agora... Um ponto final de verdade.
    Mesmo que eu relute que seja o fim.
    Queria poder ser forte, lutar e dizer que não é.
    Mas nós dois sabemos que você é mais forte que eu.

    sábado, 17 de outubro de 2009

    desilusão.

    A melhor analogia que consegui fazer é ruim.
    Como se abrisse uma vala, arrancou parte da minha história consigo. De um lado, o que era antes. De outro, o que não quero ser. E no meio, aquela imensa ausência.
    Nenhuma ponte. Nenhum desvio. Me aproximo da borda, olho para baixo. Sinto vontade de pular, tentar completar aquele espaço.
    Não esperava que fosse ser para sempre. Só esperava que fosse por todo o resto.
    Tudo que tenho tem o seu cheiro. Cheiro de saudade.

    Eu sei que sempre quis ser sensível. Sempre me confrontei com meus sentimentos, mesmo que em silêncio.
    Mas, sinceramente, o que mais quero agora é não sentir. Quero me anestesiar.
    Deixou a marca em meu corpo, minha alma. Fez isso ser parte de mim.
    E agora, faz com que eu queira me esquecer de quem sou.

    Se eu não tivesse te soltado daquele abraço...

    sexta-feira, 9 de outubro de 2009

    crescer.

    Depois de anos, finalmente me obriguei a tirar os pôsters da parede.
    Três razões foram importantes na decisão: a primeira e mais estranha é que, depois de tanto tempo, as pontas do papel deles não aguentariam mais tachinhas. Não fosse a reforma da casa, eu talvez tivesse deixado eles ali por mais um tempinho.
    A segunda é que eu não gosto mais tanto de Marilyn Manson, Evanescence, Harry Potter e Star Wars...
    A terceira é que agora não gosto de papel pendurado. Em geral. Aderi um estilo mais "clean".

    Pois é. Por no mínimo seis anos, eu tinha Anakyn Skywalker ao lado da minha cama, com aqueles mullets bem loucos do segundo filme (ganhei o pôster no cinema, em 2002, na estréia!). Houve um tempo em que eu dormia olhando para ele. Quase considerei cortar fora a Natalie Portman. Até que chegou o ponto em que larguei meus ídolos. As paixonites de adolescente...

    Acho que esse é o tipo de coisa que se faz quando crescemos...
    De repente essas paredes brancas me parecem tão saudosas e melancólicas!

    quinta-feira, 8 de outubro de 2009

    futuro.

    Não é mais sobre o que eu tenho vontade.
    Se fosse sobre o que eu preciso, seria melhor.
    Agora é sobre o que esperam de mim...
    É sobre aquilo que tenho que fazer.

    Virou fogo cruzado.
    E eu no meio, com o que parece um alvo no meio da testa.

    Estou cansada. A reforma da casa coincidiu com a data das primeiras provas do semestre, e a entrega de um trabalho.
    Fico pensando no futuro. Será que estou cavando a minha cova?

    Espero que seja só nervosismo.