domingo, 1 de março de 2009

monólogo da noite vazia.

"[...] Ei, meu amor, você veio a mim
como vinho vem a esta boca
que cansou-se de água o tempo todo.
Você satisfaz meu coração,
e você satisfaz minha mente. [...]"

Two Step
Dave Matthews Band

Boa sorte a quem for ler. Provavelmente, não há sentido no que escrevi. Não se esforcem para compreender.

Preciso aprender a controlar as borboletas em meu estômago. Revoltosas, elas voam, revoam, clamam por seu néctar. São burrinhas, como eu mesma. Por vezes se esquecem que podem esbarrar em obstáculos, acabar sangrando.
A verdade é que nunca, como neste instante, odiei tanto as palavras.
São poucas. Insuficientes, imensuráveis perto do que sinto. E fracas. E patéticas. Nenhuma expressão jamais conseguirá exprimir meu desejo de voltar. Nem os calafrios. Nem os lábios mordidos, dedos trançados, pernas bambas, a sensação das bocas juntas, os abraços. O cheiro daquela pele, que me persegue... E muito menos a palpitação do sangue, me aquecendo por inteiro. Me deixando toda vermelha, sem jeito, e sem senso de ridiculo, de mim, dos outros. Como um narcótico, cujo efeito não desaparece facilmente.
Quanto mais complexo o conjunto de letras, mais se torna dificil para meu pobre cérebro calcular todas as variáveis e encontrar uma explicação que faça juz ao tremor na boca de meu estômago.

Mais fácil me conformar em relembrar, o contato, as risadas, os sussurros.
E agora, que já desisti de nomear essa qualquer coisa que qualquer um diga compreender (em vão, já que ninguém mais vê o mundo com as mesmas cores que esta que voz fala)... Talvez consiga dormir. E sonhar. Talvez até mesmo sentir.

No dia em que eu conseguir finalmente me expressar... Espero ter a palavra certa e esperada, na ponta da língua. E usá-la em toda a plenitude, conseguir conjugar perfeitamente os verbos relacionados. Sem enganos.

Portanto, para garantir certa segurança em tal campo minado, melhor dar um passo de cada vez.
Infelizmente, o primeiro (racionalizar e escrever) não parece ter dado muito certo.

Aah, se soubesse como me atordoa, e como exagero...
Afinal, este é meu draminha pessoal.
E o quanto me apego, pouco a pouco...
E a falta que faz nesse inicio de madrugada.

Cada segundo que passa é um segundo mais longe daquele momento...
Mas mais perto de outros que virão.

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